Memórias e arquivos

Ando acometida de uma saudade imensa
Saudade intensa
Como o gosto do que foi vivido
A loba que em mim habita
Resolveu deixar-se abater.
Quis o uivo, a vida, o cio
Quis o ciclo
O ciclo se fecha.
A coca acaba,
A tara se esvai
O objeto do meu desejo
virou pó.
Ficou comum
como a areia que piso.
Ainda o sinto em mim,
Nessa forma pueril
Concreta e fina…
Areia…
que escapa entre os dedos
embora alguns resquícios
fiquem nas mãos.
Mas nada que as águas
da emoção não vivida não lavem.
Me tirem do corpo
Da lembrança e da alma.
Essa saudade vai ter fim.
Vai sim…
O mesmo fim que você em mim.
Vai virar estória,
passado.
Triste fim esse seu…
Ser apenas folha amarelada
Do livro velho
de memórias esquecidas…
Mas é mesmo assim…
Quem escolhe superficialidade
Jamais será mar.
Nunca será título.
Não passa de mais um
Na lista, no livro,
na vida…
Essa saudade me alimenta
e te escrevo.
Te faço palavra,
te enriqueço em poesia.
Me lembro de você…
Do beijo,
do cheiro,
do abraço…
Me lembro das canções
e do vício enfumaçado.
Do calor desenfreado
no encantamento
dos encontros.
A tara, o calor, o cio.
Os vícios…
cigarros, cocas(lights, claro!!)
Faço-os todos palavras.
Coloco-os nas estantes da memória.
Há que virar estória
Essa história previsível,
Que como o meu HD
Deu pane. Se perdeu.
Agora, depois de tentativas frustradas,
Resta-me saudade dos arquivos perdidos
Mas é vida que segue
E a fila vai andar…
Estou deletando arquivos passados
Formatando de novo meu HD
E junto…
deletando você.

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