Categoria: gostoso

Purgatório Particular

Com a voz que calo agora, é que outrora te fiz gritar.
Tenho medo do teu cheiro
É a tua voz que me faz chorar.
Tenho medo do meu nada
Dor pelo que era exagero
Depois de tanto grito, silencio
Depois de tanto amor,
Tanta dor,
Tanto tudo
Nada.
Paro.
Será?
Há tantas respostas que não tenho
Medos que não entendo
Particular.
Um mundo que só eu enxergo,
É onde reside tua existência
No vão pequeno
Entre o paladar
E o olfato.
Preso no limbo da minha memória
Carrego o cheiro,
O gosto
Nem lembro mais teu rosto
Mas (re)conto essa história.

(Só)mente

Unem-se homem e mulher nos sacramentos do sexo-amor ou nos anais convencionais da Igreja, seja lá qual for.

Unem-se porque alguém disse: Uni-vos e multiplicai-vos (ainda me pergunto quem falou em casar…), e seguem, homens e mulheres num desvario torturante de encontros e desencontros desastrados.

Desistem! Ao unirem-se, desistem de outros encontros, inusitados, gostosos, encharcados e…aos poucos, morrem de tédio, acusam-se. Jogam no outro culpas e frustrações suas.

Num momento, separam-se. Não importa o tempo que ficaram juntos, merecem e desejam novos ares. Vão-se…

Separação da mente pelos corpos que ficam então distantes.

Depois de separados, homem e mulher, (só)mente…novamente encarnados em si, procurarão outros homens e mulheres acoplantes. Busca estranha essa, que busca no outro o que está em si (só)mente.

Vale lembrar que a idéia era: “homem e mulher, criou-os, a Sua  imagem e semelhança”…

Então, viva Deus, que até onde consta, é onipresente, potente e

*Nota da autora: Texto nascido a partir da leitura da poesia Separações, de Pedrinho Renzi.
http://pedrinhorenzi.blogspot.com/